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Quinta-Feira, 21 de Novembro de 2024 |
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Notícia
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23/11 - Anfavea teme impasse com os argentinos |
Em nota divulgada ontem a propósito das negociações entre os governos do Brasil e da Argentina visando à renovação do acordo automotivo do Mercosul, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) afirma que "vê com preocupação sinais de radicalização e possibilidade de impasse nas negociações", o que levaria a um "retrocesso nos avanços obtidos até agora nas relações comerciais e institucionais dentro do bloco". Para a Anfavea, as negociações devem obedecer a caráter técnico.
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Acordo automotivo: Anfavea critica Argentina
Young e o presidente da Fiat no Brasil, Cledorvino Belini, fizeram discursos afinados sobre os problemas do mercado automotivo nacional na abertura do Congresso da Sociedade de Engenheiros da Mobilidade, em São Paulo. Ambos afirmaram que a atual taxa de câmbio - em torno de R$ 2,24 - irá prejudicar as exportações das montadoras em 2006. Belini estimou uma queda de 30% e Young, entre 20% e 30% no ano que vem. Segundo eles, o patamar mínimo para o dólar seria de R$ 2,70.
Apesar da previsão de perdas com as exportações, Young e Belini esperam crescimento de 7% nas vendas de veículos no país em 2006.
Enquanto isso, as negociações para a renovação do acordo automotivo no Mercosul caminham para um impasse. Ontem, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) acusou em nota o governo argentino de radicalizar as conversas e desconsiderar entendimentos anteriores. O atual acordo expira em dezembro. Depois disso, haveria um regime de livre comércio de veículos entre os dois países, mas a Argentina já avisou que pretende prorrogar o sistema atual. A Anfavea só admite adiar o livre comércio se for estabelecida uma nova data para sua implantação.
Crise na GM dos EUA pode ajudar subsidiária brasileira, diz executivo
O presidente da General Motors (GM) no Brasil e no Mercosul, Ray Young, disse ontem que a redução de pessoal na América do Norte não afetará o negócio brasileiro e que a política de corte de custos pode até ajudar as operações no país. Na segunda-feira, a GM anunciou a demissão de 30 mil nos Estados Unidos e no Canadá. E ontem, o presidente da Ford, Bill Ford, disse que em janeiro também fechará fábricas, sem divulgar mais detalhes.
- Precisamos mudar nossas estratégias de produção e engenharia nos Estados Unidos, e isso pode representar oportunidades para países com custos mais baixos, como o Brasil - afirmou Young.
Ele citou a adaptação, feita pelo Centro Tecnológico da GM brasileira, do utilitário esportivo Hummer H3 para a Europa. Criado nos EUA apenas nas versões com volante do lado esquerdo e motor a gasolina, o H3 ganhará modelos motor a diesel e opção de volante do lado direito, desenvolvidos por engenheiros brasileiros. Essas versões serão produzidas na África do Sul a partir de 2006 para serem vendidas principalmente na Europa.
- Nossos custos de engenharia são competitivos, por isso temos planos de ampliar o Centro Tecnológico. Poderemos até ajudar os Estados Unidos - disse Young, assegurando que os investimentos previstos para o país e o cronograma de lançamentos não serão afetados pela crise nos EUA.
Exportação de carros do Brasil cresceu 400% em 8 anos
As exportações de carros brasileiros cresceram 400% nos últimos oito anos. Apesar disso, o País ocupa o 18º lugar entre os exportadores de automóveis. Os dados constam da recém-concluída da Sinopse Internacional, do BNDES, que também registra que o crescimento da vendas externas de serviços brasileiros superaram a média global entre 1995 e 2004.
Conforme o trabalho da área internacional do banco, os principais países exportadores de veículos automotores são Alemanha (US$ 99,7 bilhões, em 2004), Japão (US$ 74,8 bilhões), Canadá (US$ 36,7 bilhões) e França (US$ 35,2 bilhões). As exportações brasileiras de automóveis no mesmo ano, de US$ 3,1 bilhão, equivaleram a 3,1% das vendas totais do produto da Alemanha ou menos de um décimo do que exportou a França.
O estudo mostra que o principal tipo de automóvel exportado pela indústria brasileira é o movido a gasolina, com cilindrada entre 1.500 cm3 a 3.000cm3, categoria considerada a maior do comércio internacional do produto, responsável por 38% do total. No segmento, o maior país exportador é, de novo, a Alemanha, com um valor anual de US$ 31,5 bilhões ao ano.
O trabalho também revela que nos dez anos terminados em 2004 as exportações de serviços do Brasil avançaram 7,7%, média superior à mundial no período (6,9%). Segundo o BNDES, o Brasil ganhou participação no período no comércio internacional de serviços. O banco informa que o País tem "vantagens comparativas" em áreas como serviços de construção e nichos a explorar nos segmentos de software e turismo.
As vendas externas de serviços cresceram mais entre 1995 e 2000 (49,2%) do que de 2000 a 2004 (28%). De forma geral, a Sinopse também indica que as economias latino-americanas avançaram principalmente por causa da exportações. Os principais motivos foram a expansão dos mercados mundiais de commodities e matérias-primas.
Do ponto de vista regional, o Brasil exporta para mais de 30 países na Ásia, área que em 2004 respondeu por 15% das vendas brasileiras. O principal destino foi a China, seguida de Japão, Coréia do Sul, Tailândia, Hong Kong, Cingapura, Indonésia, Malásia e Filipinas. Do total exportado para os países asiáticos, 90% são itens de baixa intensidade tecnológica ou commodities primárias.
Os itens de alta intensidade tecnológica registraram crescimento de 25,43%. Isoladamente, o maior crescimento por categorias foi de combustíveis: 111% de um ano para o outro. Com isso, o peso do produto nas vendas brasileiras para a Ásia saltou de 2,65% para 4,56% entre 2003 e 2004.
NÚMEROS
US$ 3,1 bilhões foi o valor total das exportações brasileiras de automóveis em 2004
7,7 % foi o crescimento das exportações brasileiras de automóveis nos dez anos terminados em 2004 |
Fonte: Valor / O Globo |
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