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Quinta-Feira, 21 de Novembro de 2024 |
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Notícia
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11/11 - Produção industrial cai em oito regiões, diz IBGE |
A produção industrial brasileira registrou queda em oito dos 14 locais pesquisados em setembro, segundo dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado compara o desempenho de setembro com o de igual mês do ano passado.
O Estado de São Paulo registrou queda de 1,1%, a primeira após 22 meses de taxas positivas. Outros locais pesquisados com desempenho negativo foram: Pernambuco (-1,8%), Rio Grande do Sul (-2,8%), região Nordeste (-3,2%) e Goiás (-6,8%). Alguns Estados tiveram retração da ordem de dois dígitos, como Santa Catarina (-2,8%), Paraná (-11,6%) e Ceará (-12,4%).
A média nacional de expansão da indústria na comparação com setembro do ano passado foi de 0,2%, o menor resultado desde setembro de 2003. Alguns Estados registraram crescimento acima da média, mas de forma geral com fôlego menor do que nos meses anteriores, como Minas Gerais (4,8%), Pará (4,7%), Rio de Janeiro (4,4%), Amazonas (2,6%), Bahia (2,4%) e Espírito Santo (2,3%).
Os resultados da indústria divulgados nesta semana confirmam um quadro de desaceleração da produção. A indústria nacional teve queda de 2% na comparação com agosto.
Fatores macroeconômicos e políticos contribuíram para minar a confiança do empresariado. No terceiro trimestre, o setor industrial foi afetado pelo patamar ainda elevado das taxas de juros (a Selic chegou a 19,75% ao ano), pela taxa de câmbio considerada desfavorável aos exportadores e pelo maior endividamento do consumidor.
A crise política do governo Lula também afetou a percepção de empresários e consumidores quanto ao futuro. Diante da incerteza, o cenário descrito nas pesquisas é de investimentos modestos e compras de valor mais baixo.
Segundo o IBGE, há uma menor expansão do crédito, o que tende a deixar o consumidor mais cauteloso quanto à possibilidade de adquirir bens a prazo. Dessa forma, o instituto avalia que existem sinais de um maior ajuste de estoques, auxiliado também pela maior concorrência de produtos eletrônicos importados em razão do dólar baixo.
Movimento similar pode ser verificado na análise da indústria regional. Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, 11 locais apresentaram perda de dinamismo. O relatório do IBGE avalia o cenário como um sinal de "ampliação do movimento de desaceleração no ritmo industrial".
No terceiro trimestre, a indústria do Amazonas manteve a liderança, com expansão de 8,1%, apoiada na produção de telefones celulares e televisores, produtos que não têm sido tão afetados pela perda de fôlego do mercado interno porque têm uma parcela significativa destinada às exportações. Nesta base de comparação, Bahia (7,0%), Minas Gerais (5,2%), Rio de Janeiro (2,2%) e São Paulo (1,6%) cresceram acima da média nacional, de 1,5%.
No ano, o Rio Grande do Sul continua como o único Estado a apresentar taxa negativa. A produção gaúcha caiu 3,3% de janeiro a setembro em razão do cenário desfavorável no setor agrícola, que afetou o desempenho da produção de máquinas e equipamentos. |
Fonte: Folha Online |
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