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Quinta-Feira, 21 de Novembro de 2024
Notícia : 24/03 - Empresários criticam barreiras para o crescimento
Representantes de grandes empresas e economistas se reuniram ontem na sede do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) para contestar a utilização do conceito de produto potencial como barreira para o crescimento do País. O baixo crescimento verificado no último ano e a desaceleração do nível do investimento foram considerados sintomas de uma doença que tem acometido o governo: a fobia de pressões inflacionárias.

Para os especialistas, a adoção de um conceito de “teto máximo” de crescimento para o país faz com que a política monetária adote um pacote preventivo de medidas e deixe de fomentar estratégias de incremento à produção. As conseqüências seriam produtos potenciais cada vez mais baixos e crescimento abaixo do desejável.

A equação que define o produto potencial — e leva em consideração variáveis como emprego, investimento e produtividade — amarra a possibilidade de que o País possa crescer mais, graças ao medo da inflação. “Discutir a ultrapassagem do produto potencial não significa descuidar da inflação. O ideal é olhar as duas coisas e promover um crescimento sustentado”, afirma o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Nelson Barbosa.

O diretor executivo do Iedi, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, acredita que o governo brasileiro incutiu a idéia de que não se pode crescer além do produto potencial. “Ao contrário do resto do mundo, nós não queremos crescer”, afirmou.

Segundo ele, as empresas, mesmo sem aumentar muito o investimento, tem flexibilidade para aumentar a capacidade de produção. “Com o aumento da capacidade de produção, é natural que haja pressões pontuais de inflação, mas é esse aquecimento que leva ao aumento do investimento e à sustentação do crescimento a longo prazo”, explicou o dirigente do instituto.


Inflação está dominada

O presidente da Gradiente , Eugênio Staub, disse que a crença de que o País irá crescer somente até um limite pré-estabelecido limita o investimento do empresariado. “Se a regra é crescer 3% ou 3,5% no ano, o empresário não vai investir para crescer mais”, disse ele.

Já Pedro Bastos, presidente da Natura , lastima que a pauta de discussões ainda seja sobre inflação. “A inflação está dominada. A agenda agora deve ser a do crescimento”, afirmou.
Fonte: DCI

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