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Terça-Feira, 23 de Abril de 2024
Notícia : 01/12 - Com retração do PIB, indústria já revê crescimento
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) vai rever hoje a projeção de crescimento do Nível de Atividade da Indústria Paulista (INA) e do PIB nacional e anuncia amanhã, na coletiva do INA de outubro, os novos números. A projeção inicial da entidade era de crescimento entre 3% e 3,5% em 2005, mas cairá para menos de 3%, segundo o diretor do Departamento de Economia da entidade, Paulo Francini.

De acordo com o diretor da Fiesp, o PIB do terceiro trimestre mostra um quadro que há meses vinha sendo desenhado pela indústria paulista: "nós avisamos que o ambiente hostil para a produção, resultante da política econômica, ia afetar o crescimento. Agora, vemos o quadro pronto." A entidade não se surpreendeu com o recuo do PIB, mas destacou que a retração econômica é "motivo de muita tristeza".

Na avaliação de Francini, a visão de alguns analistas de que o recuo do PIB está ligado à crise política não procede. Ele acredita que esse discurso é utilizado pelos economistas perfilados com a política adotada pelo Banco Central, de juros altos, para justificar a manutenção da política econômica.

Mais revisões pessimistas

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), deputado federal Armando Monteiro Neto (PTB-PE), também já prepara sua revisão para baixo na projeção de crescimento da economia para este ano. A CNI estimava em setembro uma expansão de 3,5% na economia brasileira e ainda não tem uma nova projeção para o ano.

Para Monteiro, o desempenho do PIB abaixo das piores expectativas do mercado e também pior do que esperava o setor produtivo foi decorrência dos juros altos.

O presidente da CNI espera que haja uma recuperação da economia no quarto trimestre, mas não será capaz de compensar a perda de julho a setembro. "Isso significa que o Brasil terá mais um ano de baixo crescimento, o que é lamentável", afirmou.

Ciesp destaca queda nos investimentos públicos

O presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Claudio Vaz, disse que a queda do PIB foi um "choque". "Os empresários já esperavam queda por conta da política econômica, mas o recuo foi muito além do que as mais pessimistas projeções (-0,7%) indicavam", afirmou. Vaz ainda acredita que, "com muito esforço", será possível o PIB crescer 3% neste ano.

Além de juros e câmbio, uma dupla cujos efeitos são denunciados pelos empresários há mais de ano, um outro vilão para o recuo do PIB é a queda nos investimentos públicos. "Já é pouco, e o que tem não está sendo gasto", ressaltou o empresário.

Ele afirma que outro fator de impacto positivo na economia, o crédito consignado em folha de pagamento também dá sinais de esgotamento e não deve contribuir para o crescimento nos próximos meses. De qualquer forma, a expectativa para este quarto trimestre é de melhora em relação ao trimestre anterior.

Trata-se de uma avaliação ligada muito mais à sazonalidade do período, com injeção dos recursos do 13º , do que a melhoras no cenário econômico. "A atividade é sempre maior no quarto trimestre, não necessariamente na indústria, mas no comércio e nos serviços", ressaltou.

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Setor produtivo atribui retração aos juros altos

“O aperto da política monetária foi demasiado”, disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro, ao comentar a queda de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre, frente aos três meses anteriores. Diversos empresários e representantes do setor produtivo fizeram a mesma avaliação: a de que o Banco Central “errou a mão”. Segundo ele, “é lamentável” que o País registre mais um ano de baixo crescimento, considerando que, no quadro internacional, delineia-se um cenário favorável. A retração da economia foi maior que a esperada pelo setor produtivo, por causa dos juros altos prolongados pelo Banco Central, alegou Monteiro.

Diante do mau desempenho da atividade no terceiro trimestre, a CNI está revendo, para baixo, suas estimativas para o crescimento da economia e da indústria neste ano. Em setembro passado, a previsão da CNI para o crescimento do PIB em 2005 era de 3,5%, com expansão de 4,4% para a indústria. Na avaliação de Monteiro, o desempenho da economia no quarto trimestre do ano será um pouco melhor.

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) juntou-se aos demais críticos do atual patamar de juros, responsabilizando as altas taxas pela retração do PIB nacional no terceiro trimestre. Os técnicos da entidade avaliam que a política econômica em vigor limita o crescimento — por estabelecer juros altos sem elevar o investimento do setor público.

O diretor executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Sérgio Gomes de Almeida, afirmou que a queda do PIB entre julho e setembro é “a hora da verdade”. Segundo ele, “apesar do esforço feito por alguns analistas para atribuir a redução à crise política”, a queda do PIB é fruto basicamente do juro alto e da valorização do real frente ao dólar, que tornou a moeda americana mais barata e prejudicou as exportações.

“É um equívoco atribuir a queda, que foi maior do que o esperado, à crise política. Não há crise política que não afete antes o mercado financeiro e dólar e bolsa de valores não foram afetados. Portanto, é mais uma torcida do que uma análise falar que a crise é o principal motivo da queda”, disse.

A Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib) considerou “decepcionante” o resultado do PIB apesar de já estar esperando um recuo. “Contávamos com queda, mas não que o PIB fosse despencar”, disse o presidente da entidade, Paulo Godoy, em comunicado. A Abdib atribui o desempenho negativo à falta de obras e à pressão dos juros sobre investimentos e consumo. “Como conseqüência, quando o assunto é crescimento econômico, o Brasil engatinha, enquanto outras nações aceleram”, ressaltou o empresário.

PIB em queda é sinal de alerta

O mercado financeiro esperava um resultado ruim, "mas nem tanto", afirmou, em tom de desabafo, o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), sobre os números do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados ontem pelo IBGE. O resumo de Miguel Ribeiro de Oliveira sobre o estado de espírito do mercado foi eficiente. No terceiro trimestre, o PIB recuou 1,2% em relação ao segundo. Em comparação com o terceiro trimestre de 2004, ocorreu um discreto crescimento de 1%.

Ao longo dos nove primeiros meses do ano a economia brasileira cresceu 2,6% em relação ao mesmo período de 2004. É um crescimento muito modesto na comparação com as demais economias emergentes concorrentes da brasileira. Inclusive na América Latina. A derrubada do PIB no terceiro trimestre foi influenciada pelo fraco desempenho da agropecuária, -3,4%, e da indústria, -1,2%. Apenas o setor de serviços se manteve estável. A gerente de "contas trimestrais" do IBGE, Rebeca Palis, apontou a queda na construção civil, -1,9%, e na indústria de transformação, -0,9%, especialmente, os segmentos de siderurgia, petroquímica, vestuário e calçados e adubos e fertilizantes.

Esses dados contêm perspectivas conjunturais, envolvendo inclusive os problemas com a taxa de câmbio, que afeta exportações. A técnica do IBGE, no entanto, destacou, no recuo geral do setor industrial, o comportamento de máquinas e equipamentos. Esses setores representam os gastos com a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), ou seja, investimentos. O IBGE mostrou que no terceiro trimestre os investimentos recuaram 2,1% em relação ao mesmo período de 2004 e 0,9% em comparação com o segundo, pelo recuo na construção civil e agronegócio. A FBCF caiu depois de seis trimestres de crescimento.

A queda nos investimentos tem nítida justificativa: a elevada taxa de juro. Nos nove primeiros meses deste ano, o empresário enfrentou o juro real mais alto do planeta. A promessa de reversão de tendência nos juros, em setembro, se transformou na conhecida situação em que o medo vence a esperança, uma tradução educada para as decisões das duas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Com o custo do dinheiro para produção na estratosfera, por exemplo, os empréstimos com recursos direcionados para financiamento das vendas de fim de ano (realizados em setembro e outubro) alcançaram R$ 9 bilhões. Nos mesmos meses de 2004, esses empréstimos atingiram R$ 12 bilhões. Os números são da publicação do BC, divulgados em 24 de novembro.

Nada foi diferente com o investimento do setor público nesse mesmo período. Até novembro, como mostrou o Sindicato Nacional da Construção Pesada (Sinicon), o governo havia empenhado apenas 42% do orçamento inicial para obras de infra-estrutura. Isto não significa que o governo quitou seus compromissos com o setor nessa proporção: as faturas para liquidação dos trabalhos efetuados alcançaram só 25,95% das dotações. Com a construção civil sob tal pressão, como vender máquinas e equipamentos?

Como esta é a realidade da produção no Brasil, é compreensível a reação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, ontem, em Puerto Iguazú. Falando a alguns metros do presidente Lula, Furlan responsabilizou o resultado negativo do PIB à política econômica que fez "um aperto financeiro da taxa de juros e contenção de investimento". Por prudência, talvez, o ministro evitou adjetivar ainda mais essa política.

O resultado do PIB no terceiro trimestre disparou o sinal de alerta. Se a política econômica gera recuo no crescimento, e é ainda apresentada como o elo mais eficiente da corrente do governo, chegou a hora de enfrentar o cerne da desconfiança que inibe a vontade de investir e crescer. Taxa de juros no Brasil deve ter outra velocidade de redução. A experiência de PIB em queda é mais do que suficiente para dobrar o medo de derrubar o custo do dinheiro. Principalmente o do que é destinado à produção e ao emprego.
Fonte: Agência Estado / GM / DCI

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